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6 Malefícios da Inatividade Física e Comportamento Sedentário

A inatividade física pode ser considerada uma das maiores e mais persistentes pandemias que assolam a população mundial. Junto com o comportamento sedentário, promove um grave problema de saúde pública que avança em torno dos indivíduos acima de 15 anos e é responsável por mais de 3 milhões de mortes ao ano a nível mundial (PRATT et al., 2019).

          A Organização Mundial da Saúde ressalta que a falta de práticas regulares de atividades físicas associada a hábitos sociais pouco saudáveis pode comprometer a saúde e a qualidade de vida. O sedentarismo é um indicador prejudicial a saúde, independente do nível de atividade física.

          Abaixo conheça os principais malefícios da inatividade física e do comportamento sedentário isolados e relacionados com hábitos sociais negativos, ainda descubra a forma de amenizar os danos do sedentarismo.


O sedentarismo e a inatividade deixam o corpo cada vez mais indisposto. Fonte: Canva.



Malefícios da Inatividade Física e do Comportamento Sedentário


O sedentarismo é o conceito adotado para atribuir significado aos longos períodos diários em comportamento sedentário, ele foi adotado como um fator patológico que acendeu um alerta para os órgãos públicos identificando que o tempo gasto em atividades físicas e o consumo energético são preditores de morbidades e mortalidades em toda a população mundial (FERREIRA; CASTIEL; CARDOSO, 2012).

          Dessa maneira, a inatividade física e o sedentarismo são fortes sinalizadores do desenvolvimento de várias doenças, entre os riscos e os malefícios estão:

 

1       –  Acometimento de doenças crônicas não transmissíveis:

Doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são aquelas que possuem origem não infecciosa com períodos longos de latência e riscos múltiplos. Entre elas estão doenças cardíacas, circulatórias, respiratórias, bucais, genéticas, diabetes mellitus, hipertensão, hipercolesterolemia, deficiência visual e auditiva, câncer e neoplasias (WHO, 2005; BRASIL, 2005). O alto índice de comportamento sedentário e a inatividade física, assim como alimentação inadequada, dependência química (tabaco, álcool e outras drogas), sobrepeso e obesidade são fatores de risco genéticos e comportamentais precursores das DCNTs (WHO, 2005; BRASIL, 2005).

 

2       – Pior qualidade da saúde mental:

O CS e a grande exposição às telas reduzem a saúde mental positiva e aumentam os riscos de sintomas depressivos e ansiosos (TEYCHENNE; COSTIGAN; PARKER, 2015; SCHUCH et al., 2020), e esses sintomas podem ser sinalizados pelo aumento de marcadores inflamatórios, pior humor (ENDRIGHI; STEPTOE; HAMER, 2016), diminuição da sensação de bem-estar (CHEN et al., 2020), declínio na SM (MEYER et al., 2020) e maior sentimento de solidão e tristeza (WERNECK et al., 2021).

 

3       – Pior qualidade do sono:

A pior qualidade do sono estimulada pelo CS e aumentada pela inatividade está intimamente ligada ao risco de DCNTs, redução da saúde mental e humor negativo. Afinal, é durante o sono que são exercidas funções biológicas importantes para conservação e restauração da energia corporal e do metabolismo cerebral (MÜLLER; GUIMARÃES, 2007), dessa forma, é importante ressaltar a necessidade de reduzir a exposição às luzes azuis antes de dormir e controlar as atividades durante a vigília.

 

4       – Dores musculoesqueléticas:

O aumento da inércia durante o dia faz com que o corpo tenha que se adaptar a logos períodos em uma mesma posição, podendo promover dores. Elas estão associadas ao aumento das citocinas pró-inflamatórias (VGONTZAS et al., 2004), menor fluxo de circulação sanguínea, sobrecarga em algumas articulações devido ao peso corporal, mobiliário inadequado, pouca ou quase nenhuma pausa na atividade laboral, alto nível de compressão associado a ação da gravidade, entre outros.

 

5       – Aumento da concentração de tecido adiposo:

A grande concentração de tecido adiposo está relacionada a um menor equilíbrio da demanda energética, portanto, se há mais consumo de substratos energéticos (alimentos) e menor gasto de energia, o excesso é acumulado como reserva no tecido adiposo. Essa alta concentração em conjunto com os maus hábitos de comportamento está associada ao aumento das citocinas pró-inflamatórias, risco de Síndrome Metabólica e maior acometimento por DCNTs. Contudo, há uma via de mão dupla: o alto nível de CS e inatividade física levam ao aumento do acúmulo de gordura corporal, assim como o excesso de peso corporal leva ao CS e inatividade por fatores como humor negativo, cansaço excessivo, baixa autoestima e indisponibilidade social.

 

6       – Baixo condicionamento físico:

Quanto mais tempo em CS e inatividade física, menor será o condicionamento físico do indivíduo, inversamente proporcional a atividade física. E o condicionamento ruim está associado a DCNTs, saúde mental negativa, pior qualidade do sono, dores musculoesqueléticas e alta concentração de gordura corporal.

 

 

Inatividade Física e Comportamento Sedentário associada a hábitos sociais


Os hábitos estruturalmente estabelecidos por cada sociedade moldam a saúde dos indivíduos que nela habitam. No Brasil os hábitos comemorativos e festivos envolvem na maioria das vezes um alto nível de CS e elevado consumo de álcool, alimentos gordurosos e pouco saudáveis, tabaco, açúcar e conservantes. O consumo excessivo, principalmente associado ao CS e inatividade física, influencia negativamente na saúde e qualidade de vida.


Atividade física é o melhor remédio contra o sedentarismo. Fonte: Canva.



Diminua os Riscos: Pratique Atividade Física!


Uma estratégia eficaz para amenizar os 6 Malefícios citados acima é a prática de atividade física. Tornar a rotina durante o lazer mais ativa e com opções mais saudáveis pode aumentar a perspectiva de vida e reduzir os riscos de acometimentos severos.

          Os benefícios das práticas regulares seguindo as Guidelines da OMS, como descrito no artigo 10 Benefícios da Atividade Física para a sua saúde, reduzem os malefícios e estimulam a saúde física e mental.

 

 

Conclusão


A inatividade física juntamente com comportamento sedentário, promove um grave problema de saúde pública. A falta de práticas regulares de atividades físicas associada a hábitos sociais pouco saudáveis pode comprometer a saúde e a qualidade de vida.

Os riscos e os malefícios incluem acometimento de DCNTs, pior qualidade da saúde mental, pior qualidade do sono, dores musculoesqueléticas, aumento da concentração de tecido adiposo e baixo condicionamento físico.

A manutenção de hábitos sociais negativos pode prejudicar a saúde e qualidade de vida dos indivíduos.

A atividade física é uma estratégia eficaz para diminuir os riscos e malefícios.

 


Referências Bibliográficas


BRASIL, Ministério da Saúde. A vigilância, o controle e a prevenção das doenças crônicas não transmissíveis: DCNT no contexto do Sistema Único de Saúde Brasileiro, situações e desafios atuais, 80p., 2005. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/DCNT.pdf

 

CHEN, N. et al. Epidemiological and clinical characteristics of 99 cases of 2019 novel coronavirus pneumonia in Wuhan, China: a descriptive study. The Lancet, v. 395, n. 10223, p. 507–513, 2020.

 

ENDRIGHI, R.; STEPTOE, A.; HAMER, M. The effect of experimentally induced sedentariness on mood and psychobiological responses to mental stress. British Journal of Psychiatry, v. 208, n. 3, p. 245–251, 2016.

 

FERREIRA, M.S.; CASTIEL, L. D.; CARDOSO, M. H. C. A. A Patologização do Sedentarismo. Saúde Soc., v. 21, n. 4, p. 836-847, 2012.

 

MÜLLER M. R.; GUIMARÃES, S. S. Impacto dos transtornos do sono sobre o funcionamento diário e a qualidade de vida. Estudos de Psicologia, v. 24, n. 4, p. 519-528, 2007.

 

PRATT M. et al. Attacking the pandemic of physical inactivity: what is holding us back? Br J Sports Med., v. 54, n. 13, p. 760-762, 2019.

 

SCHUCH, F. et al. Associations of moderate to vigorous physical activity and sedentary behavior with depressive and anxiety symptoms in self-isolating people during the COVID-19 pandemic: A cross-sectional survey in Brazil. Psychiatry Research, Elsevier, v. 292, n. 113339, p. 1-5, 2020.

 

TEYCHENNE, M.; COSTIGAN, S. A.; PARKER, K. The association between sedentary behaviour and risk of anxiety: A systematic review Health behavior, health promotion and society. BMC Public Health, v. 15, n. 513, p. 1-8, 2015.

 

VGONTZAS, A. N. et al. Adverse Effects of Modest Sleep Restriction on Sleepiness, Performance, and Inflammatory Cytokines. Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, v. 89, n. 5, p. 2119–2126, 2004.


WERNECK, A. O. et al. Associations of sedentary behaviours and incidence of unhealthy diet during the COVID-19 quarantine in Brazil. Public Health Nutrition, v. 24, n. 3, p. 422–426, 2021b.


WHO, World Health Organization. Public Health Agency of Canada. Preventing chronic diseases: a vital investment. Who Global report, Geneva: 2005. Disponível em: https://apps.who.int/iris/handle/10665/43314

 



Por MSc. Natiele Bedim

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